quarta-feira, 31 de março de 2010

With Cellos...

Manipulação desenvolvida durante as aulas de criação do Tec. em Publicidade do Senac de São José do Rio Preto/SP

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vector Heart

Nossa to sem tempo de postar... Esse vetor foi feito em Illustrator e o link do tutorial que usei segue abaixo...


segunda-feira, 1 de março de 2010

Uma cachoeira, um cavaleiro, uma batalha.

Era uma planície linda, de um verde vibrante salpicada por delicados pontos coloridos das flores e borboletas. Algumas arvores solitárias podiam ser vistas aqui e ali decoradas com o som dos passarinhos sob suas folhas e não muito longe podia se ouvir um riacho de águas calmas.
Eu caminhava sem rumo procurando distração nas formas naturais, algo oprimia meu coração, meus pensamentos, me sufocava. Respirei profundamente varias vezes esperando que o ar fresco pudesse levar tudo aquilo embora. O que todas aquelas dúvidas significavam?
Foi então que o vi caminhando calmamente em minha direção, o senhor de cabelos brancos. Que bom, ele tinha razão, eu saberia encontrá-lo quando quisesse. Sorri, ele retribuiu. Aquele sorriso ainda me lembrava algo que eu não conseguia me lembrar.
- Olá minha jovem, que bom revê-la novamente.
(Como é estranho sentir de repente tanta simpatia por alguém que eu não tinha ido com a cara na primeira vez)
- Digo o mesmo.
- O dia está muito bonito, aceitaria um convite para caminhar ao longo do riacho? Existe uma cachoeira mais a frente que gostaria que conhecesse.
-Claro ficaria muito feliz.
Caminhamos algum tempo em silencio. Tudo era tão calmo, tudo era tão cheio de paz... mas eu não estava em paz.
-Como está se sentindo?
Suas perguntas já não me incomodavam mais.
-Diria que já tive dias melhores.
-Gostaria de falar sobre isso?
(Será que devo?)
-Sofri perdas que rapidamente percebi serem necessárias para meu próprio bem...
-Mas isso ainda te incomoda?
-Sim, é como um machucado cicatrizando às vezes a gente se descuida e bate ele na quina da mesa de novo e ele sangra.
-Fico feliz que esteja se esforçando para ver as coisas da melhor forma.
-Estou assustada.
-Encarar a si próprio não é uma tarefa muito fácil.
-Existiam coisas que não me faziam bem que feriam meus ideais.
-E agora não mais?
-Não, mas o que me assusta é que muito rapidamente encontrei conforto em outro lugar.
-Isso é normal não acha? O que obstruía sua visão foi embora e agora você pode ver as coisas de outra forma.
(Vamos explicar melhor)
- Tenho medo de que o que estou sentindo seja só uma fuga ou que eu esteja vendo coisas demais por estar fragilizada.
-Isso é uma questão complicada, acho que enquanto isso te fizer bem não tem com o que se preocupar, mas se por acaso você perceber que isso não é mais verdade, ai sim é hora de mudar de atitude.
Silêncio. As borboletas brincavam na nossa frente enquanto prosseguíamos. Sentia-me um pouco melhor agora.
-Vou procurar pensar mais sobre isso.
- Às vezes nos falta um pouco de paciência, por mais que tentemos somos muito imediatistas.
-Por várias vezes me sinto sufocar...
A cachoeira era linda atirava suas águas sem remorso sobre as pedras produzindo uma cortina de gotículas refrescante. E ali nos sentamos...
-...gostaria que o tempo me desse um tempo...
-Mas você pode se dar um tempo, repensar, recriar...
(Não acredito que to admitindo isso)
-Me sinto impotente, dominada pelos meus desejos sem que isso faça muito sentido.
-Você é capaz...voltar-se para dentro de si é um trabalho árduo e corajoso...boas coisas esperam pessoas corajosas.
-Não sou perfeita.
-Não disse que precisava ser perfeito, disse que precisava ser corajoso.
-Quando erro me sinto fraca.
-Em nosso caminho a sempre pedras que podemos tropeçar e quando isso acontece caímos e nos machucamos... o importante é sempre levantar e continuar mesmo que mancando.
Senti raiva, frustração, medo, angustia e tudo a mais que estava me sufocando pesar ainda mais no meu peito. E então elas brotaram, silenciosamente escoriam pela minha face. Meu gentil cavaleiro me abraçou. Seu silencio foi o conforto que eu precisava. Por um tempo que pareceu indefinido eu fiquei ali encostada em seu peito escutando sua respiração.  Seu coração ainda sangrava. Eu ainda estava ferida. Talvez... é talvez não como antes, mas havia muito para compreender.
-Acho que é hora de ir.
-Eu estarei sempre aqui, sabe onde me encontrar.
-Sempre.
Uma nova batalha começara.
Adormeci.

por Leane Rosa